sábado, 12 de janeiro de 2019

RESENHA "MULHERZINHAS"

Foi um livro que me cativou de forma muito singular, pela sua ingenuidade e a identificação com as personagens  eu poderia dizer que sou uma mistura das quatro irmãs March.
— Aqueceu até mesmo o meu coração.

"Pois o amor desarma o receio e a gratidão pode dominar o orgulho"— Mulherzinhas
Título original: Little Women
Autor: Louisa May Alcott
Tradução: Denise Bottmann e Federico Carotti
Coleção L&PM Pocket
Publicado originalmente em 1868
Número de páginas: 332
Gênero: literatura estrangeira/romance/ficção
Sinopse: 


Mulherzinhas é um grande clássico da literatura juvenil que deu poder as mulheres. Foi escrito em uma época totalmente diferente dos dias atuais, principalmente nos costumes. Destacando um ambiente familiar, um enredo corriqueiro, ingenuo, pueril e de pequenas tramas. As irmãs March vivem com a mãe e a saudade do pai que foi servir na Guerra Civil Americana; convivem com a ajudante confiável e parte da família, Hannah. Ao longo dos dias passam a relacionar-se com os vizinhos Laurence, dos quais criam laços fortes de amizade - avô e neto. 

Um livro que acolhe com ternura, e faz a gente querer guardar na estante para que as filhas possam ler. 

Neste livro o amor, a união e a coragem se revelam mais forte e passam por cima de tudo e de qualquer dificuldade. Embora a trama se revele entre brincadeiras e travessuras, também denota muita personalidade.

Jo, 15 anos, ambiciosa, amante dos livros, e espírito inquieto, vivia para correr livre e e entrar em situações de apuros, o gênio esquentado, a língua afiada e momentos de altos e baixos — comicos, tristes e também patéticos. 

Beth, muito tímida, doce, empenhada, esforçada e autodidata, considerada uma pequena dona de casa, sua maior recompensa era ser amada. A "bonequinha" tinha problema como todas as outras com seus defeitos, mas uma garota muito humana. Amava música com tanta ternura e treinava com toda dedicação num piano velho.

A pequena Amy, tinha talento para o desenho, bom espírito e dominava a arte de agradar sem nenhum esforço e tinha um jeito apaixonante e extremamente elegante natural. Assim, todos a mimavam e suas pequenas vaidades e egoísmo se desenvolviam depressa.

Meg, é a mais velha, e tem um pouco de dificuldades de aproveitar os momentos, é vaidosa e tem autocontrole de sobra, é até mesmo um tanto "careta", faz o estilo esposa e mãe do século, porém, ao longo do livro ela evolui de acordo com sua relação com os outros personagens.


Louisa May Alcott relata sobre o papel das mulheres na sociedade, ainda bem longe dos progressos atingidos no século XXI, porém, esta história não se expressa comportamentos revolucionários às protagonistas. Estas quatro mulherzinhas giram as suas vidas por pequenas alegrias e simples feitos, marcados por grandes reflexões.  

NOTA PESSOAL 
"Não tenho medo de tempestades, pois elas me ensinam a navegar"  — Mulherzinhas

Curiosidade1: É o livro favorito da personagem Rachel, de Friends.
Curiosidade2: No livro de Elena Ferrante, Amiga Genial, a professora da quarta série presenteia as melhores alunas com alguns livros e para a personagem Lila deu "Mulherzinhas" dizendo que era um livro para meninas maiores, mas que para ela já servia. Lila devorou o livro, relatando amar e ser lindo. Eu fiquei com muita vontade de ler mulherzinhas a partir deste primeiro livro, que logo ganhará uma resenha aqui.   



terça-feira, 19 de junho de 2018

RESENHA “O DIÁRIO DE ANNE FRANK”


 — o livro que me inspirou a escrever uma resenha e também um diário. 

❝O melhor de tudo é o que penso e sinto, pelo menos posso escrever; senão, me asfixiaria completamente.❞ — ANNE 



Essa é a Edição definitiva, editada por Otto Frank, pai de Anne e Mirjam Pressler, premiada autora de livros infanto-juvenis na Alemanha — essa edição é sem cortes, apenas com correções ortográficas. A primeira versão foi em 1947.

Autor: Anne Frank, escrito totalmente por ela.

Ano de lançamento: 2014
Número de páginas: 416
Editora: Record 
Gênero: Segunda Guerra/Biografia/Autobiografia/Memórias 
Sinopse: 

❝Tenho vontade de escrever e uma necessidade ainda maior de desabafar tudo o que está preso em meu peito.❞ — ANNE


❝Tenho os meus ideais, o modo de pensar e os meus planos, embora ainda me falte capacidade de traduzir tudo isto em palavras❞ — ANNE



Um diário parece algo difícil de compreender, de passar uma história por ele, detalhes que todos precisam saber pra estarem conectados a uma memória de fato, ainda mais esta que foi escrita sob circunstancias que jamais conseguiríamos imaginar, mas Anne Frank, aos 13 anos quando ganhou seu diário de aniversário, já era uma grande escritora, o que era seu sonho. Anne relatou entre 12 de agosto de 1942, quando era apenas uma menina vivendo seus dias normais de garota, e utilizava Kitty (como nomeou o diário) como apoio, conforto e ajuda para sobreviver ao novo cenário onde se passaria a sua vida logo depois — a Segunda Guerra Mundial, à 1 de agosto de 1944 quando foi levada ao campo de concentração de Auschwitz. Menina, alemã e Judia, se mudou com a família para Amsterdã para fugir do holocausto da Segunda Guerra; e se escondendo no Anexo Secreto, quando os nazistas invadiram Amsterdã também, com mais outra família. O esconderijo ficava no sótão de uma casa, da qual eles não poderiam se aproximar das janelas, abri-las, utilizar o banheiro durante o dia ou fazer qualquer barulho. Além do mais, o ar era abafado e Anne era criticada grande parte do tempo, por ser apenas uma adolescente. Sua relação com a mãe era muito difícil, sendo essas passagens de seu diário muito fortes e verdadeiras. Anne era a única no anexo secreto que era otimista, esperançosa e levava essa parte horrível de sua vida da melhor maneira possível - e impossível. No sótão de uma casa com a ausência de luz e conforto, onde ouvia as bombas caírem e ia para a cama chorando diversas vezes, ela viveu cheia de fé, uma paixão, e sempre com muitos sonhos — principalmente que a guerra acabaria e um dia ela seria uma grande escritora. Ela tinha um pensamento avançado à sua idade e uma mente além de sua época, tratava de assuntos pouquíssimos mencionados nos anos 40: feminismo e sexualidade, além de ser muito revolucionária. A garotinha amável conquistou meu coração de forma intensa, sua personalidade era incrível, uma adolescente irritante e cativante. Ela desejava ser diferente do que era e se considerava egoísta por estar escondida enquanto outras pessoas sofriam. Eu me identifiquei muito com ela e seus pensamentos. É de se revoltar e emocionar com cada emoção que ela transmitiu e que é improvável propagar aqui. 
Lendo, eu me esquecia do final trágico que encontraria nas ultimas paginas e vibrava com um final que Anne ansiava, ela me irradiou de esperança e fé. 
Seu diário foi publicado, pois seu pai fez questão de honrar os sonhos da filha, e hoje é um dos livros mais lidos do mundo; Anne alcançou seu sonho de menina, aconteceu o que de fato ela almejava, se tornou uma escritora, e com isso um ícone. Essa semana (12/06/2018) ela completaria 89 anos — Anne Marie Frank nasceu no dia 12 de junho de 1929 e morreu aprisionada no campo de concentração Bergen-Belsen, três meses antes de completar 16 anos.


❝Fico tão confusa pela quantidade de coisas que tenho de considerar que não sei se choro, ou se rio, depende do meu humor. Depois durmo com a sensação estranha de que quero ser diferente do que sou, ou de que sou diferente do que quero ser, ou talvez de me comportar diferente do que sou ou do que quero ser❞ — ANNE


❝Apesar de tudo, eu ainda acredito na bondade humana.❞ — ANNE 

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Clear your mind


É quase impossível conciliar o seu lado bom com o seu lado ruim e as milhões de personalidade que há dentro de você querendo escapar de uma só vez, a uma só voz. Eu sempre quis provar para as pessoas o quão boa eu era, boa para outras, boa na escola, boa na cozinha, boa para mim e em tudo que fazia. Com tanto fracasso e tentativas em vão me dei conta de que estava com preguiça de recomeçar a explicação com meu intimo, acreditando sem nexo que em alguma hora podia dar certo, que só estava errando uma coisinha ali, outra aqui, mas nada demais. E realmente estava, errando tudo, principalmente o pensamento de "ser aprovada", e deixei pra lá a teoria e o cansaço do esforço continuo da minha própria aceitação, e então foi aí que as coisas começaram a acontecer. Talvez eu precisasse deixar o lado bom e o lado ruim brigarem dentro de mim, e algumas vezes deixar o ruim vencer; e mesmo alimentando apenas um deles o outro sempre surgiria, pois sobrevivia de migalhas. O lado ruim é assim, sobrevive de pouco, de coisas que nem podemos imaginar, de tão pequenas necessidades, e imperceptíveis ações, mas tomam conta de uma grande parte do inteiro. O tempo todo me pergunto se essa dominação define o que eu sou ou se eu sou quem eu quero ser, ou sou as duas, ou me perco entre ambas... Quando nos damos conta, estamos fazendo coisas que nunca faríamos e percebemos que pessoas são boas até acontecer alguma coisa. Depois de cair várias noites em profundos pesadelos e dias de sonhos gigante constatei que é necessário nutrir, defender e respeitar o que flui do nosso particular. E notamos que só seguimos com o vital, e carregamos o essencial para que possamos procurar nossas forças no meio da desorganização da bagagem. A gente segue curando as feridas e buscando algo a preencher aquele lado ruim que se encontra sobrevivendo de nada, de vazio, de medo e de tristeza. A unica coisa que deve sustentar o inteiro de mim é a fé que adquiro e a unica que fortaleço. Automaticamente nossos corações se transbordam de otimismo e então consigo respirar e enxergar que o céu fica mais claro quando estou bem. E estamos bem quando sabemos que nossos dois lados fazem parte de nós e que se conflitam, e que se necessitam e que vence sempre o melhor de você. E as vezes você escolhe o seu melhor, as vezes ele escolhe você. A todo instante tento preparar minha alma pra respirar para me dispor a passar pelo o que a vida me proporciona e reserva, orando pra ter a sorte do oxigênio chegar ao meu cérebro com a perspectiva de mudança.