Lendo meus textos antigos percebo que as pessoas realmente mudam, não necessariamente mudança ao pé da letra, talvez seja só descobertas, tá aí uma palavra que não sai do meu vocabulário. Esse ano entrei na faculdade, com um tapinha na bunda, como foi difícil passar pela seleção vestibular, não, como foi difícil passar pela seleção futuro, pois bem, não desisti, tá aí a frase que não sai da minha cabeça. Minha primeira nota dessa mudança foi zero, eu não sabia o que queria da vida, adaptação nunca foi meu forte, mas continuava sabendo o que não queria (isso nunca mudou), passei dias em cima de um livro, senti saudades da família, senti a delicia de voltar para casa, uau, mudei de cidade, e tive que aguentar pessoas inconvenientes, e até mesmo sem respeito algum. Briguei com meu namorado, e todos os dias construí capítulos de aprendizados, e ele não passa um dia sequer sem me fazer sorrir. Passei mais tempo dentro de um ônibus do que dormindo, apesar de dormir assim que entrava no ônibus. Vi mudanças, vi o mundo girar, aplaudi quem um dia quis me derrubar cair sozinho, chorei tanto por querer tudo na hora, e percebi no instante seguinte que as coisas não são assim, que tenho muito mais a agradecer do que a reclamar. Venho deixado de ser menina, pra quem sempre foi tão moleca, ter tantas responsabilidades... E olha que louco, tenho até cartão de créditos. Tomei decisões, chorei pelas más escolhas e não desisti de nada que me fazia sorrir, fiz amigos, e conservei os velhos, que saudade dos meus velhos amigos. Senti medo, contei pro meu travesseiro que eu não queria que o tempo passasse, então dediquei o meu tempo inteiro amando. Cometi erros e não perdi as esperanças, guardei coisas para mim e quase me sufoquei. Aprendi a cuidar, existe coisa mais gostosa que cuidar de quem a gente ama? Quis dar o mundo àqueles de quem preciso, e me desculpo todo instante por ter falhado muitas vezes. O inverno de julho veio para esfriar minha mente, o chá de baunilha para continuar aquecendo o coração.
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